Por que mesmo os carros básicos são tão caros no Brasil?

Carros baratos estão em extinção, principalmente com os avanços tecnológicos no ramo dos veículos que foram lançados nos últimos anos. Independente da marca ou do valor, os consumidores não querem modelos novos que não tenham as novas tecnologias.

De acordo com os especialistas, a lista de desejos dos motoristas brasileiros hoje, envolve principalmente o câmbio automático. Porém, existem muitos equipamentos que são obrigatórios, como a central multimídia, ar condicionado e vidros elétricos.

O mercado pede modelos de carros mais completos e por isso, a montadora acaba cedendo e vende carros mais equipados, porque é o que o consumidor vem exigindo.

O básico está diferente

Há dez anos atrás, o mercado de carros brasileiro ainda oferecia “carros pelados”, eram chamados de versões de entrada, principalmente em modelos compactos, que não vinham com ar condicionado, nem som ou vidros e travas elétricas ou direção hidráulica.

A grande maioria dos modelos somente com duas portas, airbags e freios ABS eram opcionais e agora isso não existe mais.

Os novos carros já saem de fábrica agora com airbags frontais, freios ABS, cintos de três pontos, direção elétrica, e algumas versões ainda são mais equipadas, como central de multimídia, que é um dos itens atualmente até difícil de não ter. Antigamente você colocava a fita cassete no rádio para ouvir música, hoje você entra no carro e o streaming já começa a tocar.

Os custos aumentaram

Unindo o útil ao agradável, e pensando nos desejos dos consumidores, várias modernizações foram sendo feitas nos projetos. Sempre que uma geração de algum modelo era modificada ou trocada, os veículos foram ficando menos poluentes, mais seguros e mais equipados.

As mudanças foram acontecendo tanto pela disputa de marcas, como pelos novos pedidos, ou novas exigências legais, etc. E isso explica como os modelos foram migrando de compactos para modernos. Novas plataformas modulares também foram acrescentadas aos novos modelos para diminuir os custos, e oferecer novos recursos para os preços não subirem tanto.

Os modelos sedãs e SUVs menores, podem trazer dispositivos novos de emergência e frenagem automática. As empresas estão em busca de desenvolver um carro novo, com valor de entrada mais acessível, mas isso parece não acontecer.

Como é agora

Novas plataformas são usadas em várias marcas que estão presentes no mercado, tanto para reduzir preços, quanto para melhorar os desempenhos. O saldo também precisa ser positivo para as fábricas. De acordo com o consultor da ADK, os fabricantes possuem um preço de custo fixo, que precisa fechar até o final do mês.

Hoje em dia, as montadoras vão para o lado dos veículos que dão lucro, é preciso ser lucrativo. Com a atual situação do mundo e pandemia do novo Coronavírus, tudo isso ficou ainda mais intenso. A Ford, por exemplo, retirou todos os modelos sedãs da linha de modelos dela, e agora tem como foco principal apenas SUVs e picapes. O Ka ainda está na ativa porque é um veículo que tem volume em vendas.

O principal vilão ainda são os impostos

Mesmo que os novos carros tenham mais tecnologias, e com isso os preços já aumentem naturalmente, o mercado de carros de outros países, oferece também modelos ultra modernos, mas que não custam tanto, como aqui no Brasil.

Os consumidores realmente reclamam muito dos preços, e as montadoras se defendem, sempre dizendo que o custo brasileiro, envolve muitos impostos, sendo mais de 50% nos veículos.

Enquanto que nos Estados Unidos a tarifa é em torno de 7%, na Europa 14% e no México 16%. O sistema tributário do Brasil, foi sendo construído nos últimos 50 anos, e por isso é tudo tão alto e caótico. É preciso reformar esse sistema, para deixar o mercado mais competitivo em relação aos outros países.

Por: Susan NogArt

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